segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Desde há muitos anos que acompanho o fenómeno desportivo em Portugal e além fronteiras. Poderei mesmo dizer que me lembro das conversas dos desgraçadinhos em que não nos conseguíamos assumir como iguais aos outros países. Sempre nos achávamos inferiores e com menos capacidades. Ou porque éramos pequeninos, ou porque não tínhamos condições, ou por qualquer outra razão que desculpasse os insucessos.
Tirando o futebol, onde o Benfica ia pondo a Europa em respeito e o hóquei em patins, nos outros desportos era a pasmaceira, até que começaram a aparecer aqueles que, deixando os lamentos de parte, se impunham pela qualidade. Joaquim Agostinho, Carlos Lopes ou Rosa Mota.
Foi o estoicismo destes grandes portugueses que nos desenvergonhou, que levou a que os nossos atletas actuais se imponham no mundo do desporto de uma forma que já achamos normal e que já nos faz encarar as vitórias de uma forma menos entusiasta.
É então assim que chegamos ao final de um ano sem que nos saltem à memória os feitos dos bravos lusos neste ano e que não foram poucas.
Em jeito de balanço, não podemos deixar de falar destacar:
Uma selecção de rugby que andou nas bocas do mundo, apesar de ter perdido os jogos todos de um mundial, onde nunca imagináramos poder estar.
Temos que falar da nossa campeoníssima Vanessa Fernandes, que limpa taças do mundo de triatlo, umas atrás das outras, impondo respeito a atletas com muito mais experiência e sendo eleita como a melhor do mundo na modalidade.
Cristiano Ronaldo, figura incontornável do nosso futebol, campeão em Inglaterra com o Manchester e eleito o terceiro melhor jogador mundial do ano.
A judoca Telma Monteiro também teve um ano inesquecível em que se sagrou campeã europeia e vice-campeã mundial na sua categoria.
Nelson Évora foi, nada mais, nada menos, que campeão mundial de triplo-salto, modalidade em que, há uns anos, era impensável podermos ter um vencedor.
Também nos desportos motorizados estivemos em bom plano com Pedro Lamy como campeão mundial na categoria Le Mans Séries, nem mais nem menos que a especialidade onde se insere uma das mais prestigiadas provas do mundo automóvel, as 24 Horas de Le Mans.
Susana Feitor pelo seu carisma se destaca no mundo do desporto, sendo uma das figuras que pode vir a ser eleita para ser representante dos atletas junto do COI - Comité Olímpico Internacional, o que é muito prestigiante e esperamos que possa vir a acontecer.
Também os treinadores deram cartas.
José Mourinho não precisa de mais palavras. Ganhou enquanto esteve. Saiu por cima e dá-se ao luxo de escolher o que quer, rejeitando a super selecção de Inglaterra.
Manuel José continua a somar títulos no Egipto e além fronteiras.
Carlos Queiroz é figura respeitada no Manchester United, onde já é visto como sucessor de Sir Alex Ferguson.
Mas não fomos só bons individual e colectivamente. Também o fomos a organizar. São exemplos disso, os Mundiais de Vela de Cascais, o Europeu de Futsal em Gondomar, a Taça do Mundo de Triatlo de Lisboa, o Masters de Golfe no Algarve, o regressado Rali de Portugal e o Lisboa - Dakar, que por correr bem foi garantido para mais um ano.
Foi um bom ano, que nos deixa a pensar que nada mais temos que nos envergonhar de ser Portugueses e está cada vez mais na moda a frase
PORTUGAL FAZ BEM!

Decidi apresentar este pequeno balanço na penúltima semana do ano pois, para os amantes do desporto, estes feitos aqui enumerados e outros, não tão relevantes, mas na mesma importantes, foram autênticas prendas de Natal, pelo que é com estas prendas que quero desejar a todos os leitores um Feliz Natal.

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